CONHEÇA UMA NOVA MANEIRA DE TRATAR A ARTROSE

Depois de 20 anos sem novidades contra doença, pesquisa mostra que remédio aumenta formação da cartilagem.

Quem sofre com as dores da artrose tem agora bons motivos para sorrir.  Uma pesquisa realizada na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e divulgada no Congresso Europeu de Osteoporose e Osteoartrite, em Bordeaux, na França, neste ano, apontou um caminho eficiente.

O estudo, feito ao longo de três anos, comprovou que o ranelato de estrôncio (PROTOS 2)  protege a cartilagem, agindo diretamente no condrócito (célula que forma o tecido muscular). A substância diminui a absorção e aumenta a formação da cartilagem. A pesquisa foi feita com  1.371 pacientes, com idade média de 62 anos.

“Até agora, o que tínhamos eram medicamentos com eficiência sem muita consistência, com opiniões diferentes sobre os resultados. Remédios que aliviavam a dor, apenas”, fala Pérola Grinberg Plapler, diretora da divisão de medicina fisiológica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A grande novidade é que o ranelato de estrôncio, além de reduzir a perda de cartilagem (27% dos pacientes que participaram do estudo apresentaram essa característica, índice considerado bom), ele ajuda a formar a cartilagem.

“Ainda não dá para falar depois de quanto tempo a estrutura, que está deformada, vai ser formada novamente, mas ela será. Além disso, o poder de analgesia do remédio é muito bom”, diz Pérola.
animador  O medicamento que traz o ranelato de estrôncio chama-se Protos. O remédio está no mercado há mais de dez anos, indicado para o tratamento da osteoporose. Agora, porém, está comprovado benefícios clínicos para pacientes com artrose até o nível 3 .
“A degeneração da cartilagem faz com que a distância de um osso para o outro diminua. Aí, um osso começa a raspar no outro, o que ocasiona muita dor”, explica a especialista.
É claro que essa boa notícia não significa que quem sofre de artrose deva sair por aí comprando o remédio. “Antes é preciso uma avaliação do paciente para investigar se ele está apto e pode tomar o remédio”, alerta Pérola.
No congresso, o médico  Jean-Yves Reginster, presidente do Departamento de Saúde Pública e professor de epidemologia da Universidade de Liège, na Bélgica, confirmou que a relação entre risco e benefício da utilização do medicamento é extremamente positiva.